Violência nas ruas, corrupção nas esferas do poder. Ganância. Ódio.
Devassidão. Por todo lado, um esgoto fedorento de mal e impiedade.
Poderíamos pensar que estamos falando dos tempos atuais, mas, na
verdade, estamos descrevendo os tempos de Noé.
Podemos considerar os nossos tempos deploráveis quanto à moralidade do
seu povo, e não estaríamos sendo exagerados, mas a situação em que se situava o
povo na época de Noé era, segundo as escrituras, escandalosamente pior.
A sociedade humana daquela época estava tão degenerada que Deus viu que “toda
a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal”
(Gn 6:5). O grau de decadência do comportamento humano chegou ao cúmulo da
degradação moral que “o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a
terra, e isso cortou-lhe o coração” (Gn 6:6).
Por isso, o Deus que não eliminou Lucifer quando este quis tomar o Seu
lugar, que não eliminou Adão e Eva, quando estes cederam ao pecado do anjo
caído, não suportou a degeneração humana e decidiu desencadear um dilúvio (ver
quadro abaixo) total, para exterminar a humanidade da face da terra. Entretanto,
preservaria seus planos de salvação, excluindo desse extermínio, um homem excepcional
e sua família pois “A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência” (Gn 6:8).
Como, diante de uma sociedade totalmente corrompida pelo pecado, poderia
existir um homem que se abstinha de ser corrompido? A Bíblia nos revela três traços
da personalidade de Noé que o distinguia daquela sociedade violenta, corrupta e
sórdida:
- Ele era “homem justo’;
- Ele era “íntegro entre o povo da sua época”;
- Ele “andava com Deus” (Gn 6:9; 2 Pe 2:5).
Deus confiava em Noé e disse a este que deveria construir uma barca
gigantesca (cento e trinta e cinco metros de cumprimento, vinte e dois metros e
meio de largura e treze metros e meio de altura), no qual sua família e um par
de todo tipo de animal vivente pudesse sobreviver ao dilúvio que se derramaria
sobre toda a terra.
Esta construção se arrastaria por mais de cem anos sobre a
terra seca. Mesmo correndo os riscos de zombaria do seu povo e até da sua
própria família, Noé obedeceu. “Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha
ordenado” (Gn 6:22).
Noé, evidentemente, não era um homem perfeito, como nenhum humano o é, mas a sua Fé o colocava em um patamar superlativamente superior a todos os
homens daquela época e, por isso, Deus o declarou justo. “Pela fé, Noé, divinamente
instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus,
aparelhou uma arca para salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou
herdeiro da justiça que vem da fé” (Hb 11:7).
Não é difícil imaginarmos o nível de ridicularização e abusos que deve
ter passado Noé, diante daquele povo vil, construindo uma Arca dessas
proporções em terra seca, num ambiente seco, com pouca chuva, durante mais de
cem anos, até que “romperam-se todas as fontes do grande abismo e as comportas
do céu se abriram” (Gn 7:11).
Sem dúvida somos exortados a viver essa experiência de Noé, que não
vacilou em nenhum momento, mesmo sob pressões de sua família e daquele povo
mal.
Noé continuou a caminhar com Deus.
A Cronologia do Dilúvio
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O Quê?
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Quando?
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Quanto Durou?
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A Chuva Começõu (Gn 7:11)
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Aos 600 anos, 2 meses e dezessete
dias de Noé
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Chuva: 40 dias e 40 noites
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A Água Permaneceu (Gn 7:24)
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150 dias
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Duração do Dilúvio: 5 meses de 30
dias cada
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A Água diminuiu (Gn 8:3)
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Ao final de 150 dias
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A Água Parou (Gn 8:4)
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Aos 600 anos, 7 meses e dezessete
dias de Noé
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Os Topos das Montanhas Visíveis (Gn 8:5)
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10º mês, 1º dia
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Arca Parada: 2 meses e 13 dias
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Noé Enviou o Corvo (Gn 8:7)
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40 Dias Depois
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Arca Parada: 3 meses e 23 dias
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Noé Enviou a Pomba (Gn 8:10)
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7 Dias Depois
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Arca Parada: 4 meses
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Noé envia Segunda Pomba (Gn 8:12)
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7 Dias Depois
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Arca Parada: 4 meses e 7 dias
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A Água Secou (Gn 8:13)
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Aos 601 anos, 1 mes e 1 dia de Noé
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Duração final do Dilúvio: 365 dias, 1
Ano solar
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A Terra Estava Seca (Gn 8:14)
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Aos 601 anos, 2 mes e 27 dias de Noé
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Por: Paulo Sávio Lopes da
Gama Alves
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